01/11/2019
Guarapuava, sediada na área central do estado do Paraná, no alto do Terceiro Planalto Paranaense, é a atração especial deste nosso City Tour. Vamos conhece-la?
COMO CHEGAR
Para quem partir de Curitiba o percurso total será de 255km, iniciando pela BR 277, até imediações de Prudentópolis, seguindo então pela BR-373, em direção de Guará e Guarapuava.
Para os aventureiros que partirem de São Paulo ou Florianópolis, a melhor opção é se dirigirem diretamente para Curitiba, e então procederem como acima explicado, num percurso de aproximadamente 700km.
Já os visitantes oriundos de Porto Alegre rodarão 750km para chegar em Guarapuava. A melhor solução é seguir em direção de Lajeado, Passo Fundo, Erechim e Concórdia, seguindo então pela BR-153 até pouco depois de General Carneiro e, aí, derivar à esquerda pela PR-170, até Guarapuava.
Para os visitantes que desejarem partir de outras localidades, a melhor opção será consultar os mapas rodoviários, levando em conta as capitais acima mencionadas.
HISTÓRIA
Antes das incursões bandeirantes nos séculos 16 e 17, toda a região era habitada por índios Kaingangs.
Bom lembrar que o domínio europeu no território onde hoje é o Paraná, sofreu grande interferência por causa da fusão administrativa dos reinados da Espanha e Portugal e, posteriormente, do Tratado de Tordesilhas, delimitando áreas portuguesas e espanholas no continente sul americano.
Em dezembro de 1787 a região dos Campos de Guarapuava recebeu a expedição de Diogo Ponto, com a intensão de povoamento e a construção do Forte Atalaia, para brigar suas tropas.
Nessa época fora abrigadas pela região cerca de 300 famílias, que tinham na fortificação armada a proteção contra o ataque dos indígenas e demais verdugos.
Para tal empreitada houve a derrubada das matas, a construção de pontes e os esbulhos legais das terras indígenas, expulsando-os ou dizimando-os, como de costume.
A derrota total dos índios kaingangs se deu em 1810 e seus campos, denominados “Koran-bang-rê“, foram anexados definitivamente à coroa portuguesa, vindo a se transformar, futuramente, na atual cidade de Guarapuava.
A primeira finalidade do então incipiente município foi a de receber condenados pela justiça portuguesa e, posteriormente, nos dois impérios do Brasil, a finalidade de fixar a qualquer preço a presença do homem branco na região, para substituir o elemento indígena.
O primeiro nome oficial da cidade foi Freguesia Nossa Senhora de Belém, recebido em 09/12/1819 do padre Francisco das Chagas Lima, que já esboçava planos de zoneamento urbano sustentável, e do comandante do Forte Atalaia.
Sua elevação como Vila se deu em 1852 e, como comarca de Guarapuava, em maio de 1859, desmembrada da cidade de Castro.
Para se consolidar como cidade de grande expressão, Guarapuava recebeu imigrantes de diversos países europeus, além dos espanhóis e portugueses.
Evidentemente a maior parte dos imigrantes eram africanos, que vieram não por vontade própria, mas pela escravidão, somando-se quase 20mil cativos que fundaram o único quilombo do Paraná: O Paiol das Telhas.
O quilombo foi fundado por onze escravos libertos da fazendeira Balbina da Siqueira, em 1860, na atual cidade de Reserva do Iguaçu, entretanto, eles foram deslocados por uma disputa judicial para o distrito de Entre Rios.
Já os imigrantes “espontâneos”, embora muitos deles fugidos de guerras em seus países, foram os germânicos, os polacos, os ucranianos, os italianos e os árabes, responsáveis pelo progresso não só de Guarapuava, mas de todo o sul do país.
A CIDADE
Uma das cidades mais frias do Paraná, com histórico recente de neve no centro urbano, é também um polo regional bem desenvolvido, fazendo parte do entroncamento rodoferroviáro do Mercosul. São mais de 181mil guarapuavanos vivendo em seu território.
Seu nome deriva do tupi, em referência ao lobo Guará com suas estripulias e bravezas por aquela região, significando algo como: “o lugar onde o Guará faz barulho”.
Se hoje a cidade tem uma área territorial mais contida, com 3.178,659 km, no passado foi um dos maiores municípios do país, ocupando sozinho mais da metade do Estado do Paraná e mantendo fronteira com o Paraguai e a Argentina.
Mesmo assim a cidade ainda não perdeu o título de maior cidade em extensão territorial do estado do Paraná.
Involução do território da cidade
Ano |
Área |
1810 |
175 000,00 km² |
1960 |
11 796,23 km² |
1970 |
10 825,92 km² |
1980 |
9 825,92 km² |
1990 |
8 874,02 km² |
1992 |
5 575,25 km² |
1997 |
4 125,85 km² |
Atual |
3 178,659 km² |
UM POUQUINHO DE GUARAPUAVA
São duas as linhas férreas existentes: A primeira, operada pela ALL, estende-se até Ponta Grossa, passando por Irati; e a segunda, recentemente construída e operada pela Ferroeste, estende-se até Cascavel.
Há, também, o aeroporto administrado pela municipalidade, que presta significativos benefícios à Guarapuava.
LAGOA DAS LÁGRIMAS
O que não falta na cidade são lagos e lagoas que estão espalhados nas áreas urbanas e rurais do município. A lagoa das lágrimas, em forma de uma pegada humana, está localizada na parte central da cidade, formando um dos principais cartões postais de Guarapuava.
Ladeada por grandes edifícios, o parque ao entorno dessa lagoa é um verdadeiro oásis aos moradores e visitantes da cidade, com possibilidades de interação com suas águas por intermédio de pedalinhos.
Para os utilizadores mais “energizados”, o local dispõe de equipamentos de ginástica ao ar livre e espaço próprio para caminhadas.
O charmoso playground garante prazer e diversão não só para as crianças, mas também para os adultos de todas as idades.
PARQUE DO LAGO
O parque do lago também está localizado na região central da cidade, porém, em dimensões bem maiores que a da lagoa das lágrimas.
Por suas características intrínsecas, com ampla área verde, se torna o local mais preferido dos amantes dos esportes mais efetivos.
Além de uma pista para caminhada que contorna o lago, o parque integra outras áreas esportivas, como quadras poliesportivas e pista de skate, sem deixar de lado o necessário playground para as crianças.
O local também comporta reuniões familiares ou entre amigos para picnic ao ar livre forma, não obstante os vários quiosques com venda de gêneros alimentícios e bebidas aos visitantes.
Orgulho dos guarapuavanos, o parque do lago é sempre lembrado por suas cerejeiras floridas; por suas atrações culturais e musicais; e, até, pela pesca permitida no local. Os mais saudosos lembram-se da nevasca de 2013, que foi assunto de ordem nacional.
Uma das atividades mais esperadas da cidade acontece também nesse parque, com o maior coral infantil a céu aberto do Brasil, composto por cerca de 3mil crianças de 35 escolas municipais.
O evento é realizado em época natalina, sempre com inovações inesperadas do grande público.
A maior das três pontes sobre o Lago de Guarapuava é tida como o maior cartão postal da cidade.
CATEDRAL N. S. DE BELÉM
Localizada bem no local onde a cidade se formou, teve sua construção iniciada em 1841 seguindo os estilo barroco e rococó da época, levando trinta anos para ser concluída.
O altar-mor foi construído por padres vindos das Minas Gerais, porém a pintura e a arquitetura, que tende ao barroco e rococó, só foi realizada em 1922.
Algumas reformas se fizeram necessárias a partir dos anos 30, aumentando-se os fundos da igreja em tijolos à vista e evitando a destruição da igreja, para construção de uma nova.
Hoje a igreja, apesar de manter suas origens, dispõe de um espaço posterior moderno que abraça a antiga Catedral e detém a capacidade de abrigar 420 pessoas.
Como toda cidade tradicional que se preza, Guarapuava também tem suas crenças e lendas, uma delas dizendo que uma enorme serpente repousa debaixo do solo guarapuavano, onde a cabeça estaria debaixo da Catedral e sua cauda na Lagoa das Lágrimas.
Por uma dessas versões lendárias e relembrando a trilogia “O hobbit”, caso a serpente despertasse ela destruiria não só a Catedral, mas também toda a cidade.
Se foi a lenda ou a precaução não o sabemos, mas o certo é que a população, por via das dúvidas, preferiu deixar a construção antiga como estava e construir um anexo nos fundos da catedral para abrigar mais fiéis.
PARQUE DO RIO JORDÃO
O Parque é municipal e tem grandes dimensões. São 30 hectares (300.000 m2) de área verde para ser desfrutada de muitas maneiras.
A 6km do centro da cidade, o Parque proporciona vários momentos de entretenimento e lazer aos seus usuários, que poderão desfrutar não só da área de camping, com churrasqueiras e lanchonetes, mas do campo de futebol, das quadras poliesportivas e playground e muito mais.
Até mesmo uma cancha para corridas de cavalos e pista de motocross vamos encontrar no parque para os cavaleiros e motociclistas e, se seu interesse for água, lá também o turista vai poder usar da balsa, das piscinas naturais, dos pedalinhos e, até mesmo, poder apreciar a vista de alguns saltos e quedas d´água.
SALTO DE SÃO FRANCISCO
Uma das maiores cachoeiras do Brasil pode ser encontrada na tríplice fronteira entre Guarapuava, Turvo e Prudentópolis, mas sua administração é toda em Guarapuava.
O melhor é que o uso do Parque Municipal São Francisco da Esperança, como é denominado, não custa nada ao turista, que pode desfrutar de sanitários e estacionamento.
E há, ainda, outros dois bônus extras. Lá o visitante poderá, além de admirar e curtir a cacheira principal (S. Francisco), poderá avistar outros dois saltos menores: Dos Cavalheiros e a Cachoeira Menor.
Mas não se iluda o visitante. A jornada para se chegar até lá já é uma aventura a parte, pois dista cerca de 50km do centro de Guarapuava, intercalando trechos em asfalto precário e terra batida. Ótima para as off-road de 2 ou 4 rodas.
Gostou da matéria? Faça um comentário e envie-a aos seus amigos.
Não gostou? Envie-nos então suas críticas ou sugestões.
CLIQUE AQUI PARA VER TODAS AS FOTOS
CRÉDITOS
Texto e Edição: Marcos Duarte
Fotos e vídeos: Liz Cordova
conheça também: